
Todo lugar é um mirante com vista para todo lugar, e todo mirante é um lugar avistado por todo mirante. Recife é só um começo e a gente é, ao mesmo tempo, anfitrião e hóspede da cidade mundo. Acredite se souber acreditar: o Recife se esfria nos Pampas e os Pampas têm o calor daquele Recife...
Creio num cosmopolita que nasceu num grau de latitude e longitude, assim como todo ponto é também uma espécie de epicentro de tudo, donde emanam olhos para todos os lados. O panoptismo não é um sonho, é uma sina. Daqui eu vejo o Recife como se estivesse eu prostrado no alto do Pirapama, Boa Vista. Aqui eu perco o Recife, sentado num banco da Redenção - onde se forra uma toalha sobre a grama e se toma mate ao sol de domingo, com a prole contente e rósea. Na Redenção até parece haver felicidade: "é outra civilização." É a Pasárgada gaúcha, no centro da cidade e sem muros.A coisa é permutar saberes e fazeres: olhares. Mas não qualquer olhar. É um, em especial... aquele que namora as belezas e feiúras que recobrem esta latina américa. A coisa é a arte, ora tché, ora bixiguenta. E arte é aquela que já era senhora quando Colombo chegou por aqui, e ainda será uma criança quando o sol vier nos engolir, nos fazendo pagar todos os pecados de tamanha resistência.
A arte não tem pátria, língua, mapa: a arte é por ai - creio.
2 comentários:
Adorei as palavras... sou uma paulista habitando o Recife, entendi algo de sentimento, mas acho que só em mim! imagino que em seu intimo deves ser outra a viagem tb!
luz em seus caminhos!
;)
Adorei o texto. Uma forma linda de falar e comparar as cidades.
Já que estão em viagem pela cidade mundo, aproveitarei pra passar por aqui mais frequentemente no intuito de conhecer locais que ainda não conheço, por meio de olhares que minimamente conheço e me identifico.
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